segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Educação Pública para todos na Venezuela

A LOE (Lei Organica da Educacao) aprovada na Venezuela, esta causando furor na oposição burguesa e na direita como um todo. A lei responsabiliza o Estado pela educacao publica, laica e para todos, do pre-escola a universidade, prevendo aumento das verbas para a educacao pública, fiscalizacao das instituicoes privadas de ensino e fim da farra das mensalidades, fiscalizacao das proprias escolas publicas com a participacao da comunidade escolar e dos bairros.
Baixe o texto da LOE aqui: http://www.aporrea.org/media/2009/08/loe150809.pdf

Para entender melhor, leia o artigo abaixo, traduzido de http://www.aporrea.org/

A nova Lei garante à sociedade venezuelana uma formação plural, onde fica incluída a igualdade de condições e direitos de todos.

A Assembleia Nacional na Venezuela aprova a nova Lei Orgânica de Educação, que uma vez publicada no Diário Oficial, garantirá à sociedade venezuelana uma formação plural, onde fica incluída a igualdade de condições dos direitos de estudantes, professores, operários, empregados e egresados das instituições universitárias. O conceito de Estado Docente, estabelecido na nova legislação, afirma ao Estado venezuelano como o responsável pela educação na sociedade, como o estipula a Constituição Bolivariana da República. O conteúdo educativo, desde o nível inicial ao universitário, fica em mãos do Estado e não nos interesses diferentes dos particulares.

O conceito de Estado liberal não tem lugar com esta legislação. O conteúdo desta lei pouco mudou da sancionada 28 anos atrás, não obstante, a implementação do conceito de Estado Docente nega a possibilidade do Estado neoliberal e protege a educação das políticas neoliberais, como a privatização. Ademais, inclui artigos que protegem os cidadãos consolidando seu direito à educação, como a proibição da cobrança da matrícula e serviços administrativos nas instituições educativas públicas. Do mesmo modo, se estabelece que, de nenhum estudante se pode reter a documentação académica pessoal, cobrar juros por atrasos de pagamento ou tomar outras medidas retaliativas, que violem o direito à educação e o respeito a sua integridade física, psíquica e moral.

Esta lei, com a concepção de Estado Docente, afasta um pouco mais a possibilidade de privatização e mercantilização da educação, que é consagrada universalmente como um direito humano. Também, em sua responsabilidade de garantir educação de qualidade para todos os venezuelanos, no novo texto legal o Estado regulará, supervisionará e controlará os recursos que ingressam às universidades públicas e a administração destes. Os processos de rendimento, permanência, e ascensão dos docentes; a idoneidade académica dos profissionais da docência que ingressem às instituições educativas privadas ou públicas e a criação e funcionamento das instituições educativas oficiais e privadas, serão regulados, supervisionados e controlados pelo Estado. Ademais, para proteger o direito dos cidadãos a estudar, o Estado Docente regulará, supervisionará e controlará o regime de fixação de matrícula, mensalidades, reajustes, impostos e serviços administrativos que cancelam a matrícula dos estudantes nas instituições educativas privadas, também, para assegurar o acesso e permanência dos estudantes nas instituições pagas.

Democracia universitária
No capítulo do princípio da autonomia universitária, a nova legislação agrega artigos inovadores que abrem a participação dentro das universidades autônomas, como na eleição e nomeação de suas autoridades. No artigo 33, numeral 3, a lei estabelece a igualdade de condições dos direitos políticos dos integrantes da comunidade universitária (professoras, professores, estudantes, pessoal administrativo, operárias, operários, egressas e egressos) para eleger e nomear a suas autoridades. Aqui estabelece-se o direito à participação estabelecido na Constituição do país. Ademais, nesta tema, a nova lei estabelece a criação de um conselho contralor, conformado pelos integrantes da comunidade universitária, ao qual as autoridades deverão prestar contas do uso do patrimônio, que antes não faziam. Também estarão obrigados a prestar contas ao Estado venezuelano.

Actualmente as universidades autônomas do país não prestam contas nem à comunidade universitária nem ao Estado, de modo que o fim dos recursos que lhes são entregues é difícil de conhecer. O ministro do poder Popular para a Educação, Héctor Navarro, em uma conferência de imprensa prévia à aprovação da Lei, assinalou que uma universidade é democrática quando não há discriminação no acesso e existe transparência nas contas.

Financiamento
O financiamento da educação universitária, bem como o acesso justo dos estudantes a este sistema e dos docentes, entre outras matérias, estarão regidos por leis especiais. Para garantir o financiamento da educação na Venezuela, o artigo 49 da lei estipula que o Estado garantirá um investimento prioritário do Produto Interno Bruto, de crescimento progressivo anual, para esta pasta.

O novo homem e a nova mulher da pátria
Nesta sexta-feira, o presidente da República, Hugo Chávez Frias, assinalou que a Lei Orgânica de Educação (LOE), sancionada e aprovada no dia 13 de agosto pela Assembleia Nacional, semeia os valores da nova sociedade necessária para a consolidacao da verdadeira democracia includente e participativa; a democracia socialista. "Este novo instrumento legislativo em cada um de seus artigos defende de forma clara direitos universais e promove a integração das comunidades à formação do novo homem e mulher da pátria", assinalou o presidente.

Coletivo LUTE! na Jornada Nacional de Lutas


Estivemos presentes na marcha em São Paulo neste 14 de agosto de 2009, que foi da Praça Oswaldo Cruz ao Masp, pelas reivindicações de redução da jornada, fim das demissões, etc.
Levamos nossos panfletos e nossa luta pela Educação Pública e os direitos dos trabalhadores da educacao. Participamos junto aos companheiros da fábrica ocupada Flasko, da Juventude Revolução, do Movimento 27 de março de artistas e da Esquerda Marxista.
Fizemos uma arrecadação de contribuições financeiras junto aos companheiros que resultou em R$ 60,00. Agradecemos a todos pelas contribuições. Com elas custearemos nosso panfleto de contribuição à próxima reunião de Representantes de Escola do SINPEEM em 31 de agosto.
A união faz a força e com força se vai a luta, até a vitória!

Contribuição ao 20º Congresso do SINPEEM – 27 a 30 de outubro de 2009


O SINPEEM SOMOS NÓS!

“Por um Congresso Democrático, Combativo e de Todos Trabalhadores e Trabalhadoras da Educação Municipal”

Estamos enfrentando uma gigantesca crise econômica mundial. No Brasil, na metade de 2009, já são 3 milhões de desempregados só nas seis principais regiões metropolitanas, apesar dos trilhões de dólares que saíram dos cofres públicos no mundo todo para salvar os capitalistas e dos bilhões que eles já lucraram, eles continuam demitindo, fechando fábricas, arrochando salários.
Os serviços públicos também sofrem as consequências desta crise com cortes de verbas que precarizam ainda mais os atendimentos básicos necessários à população: educação, transporte, saúde, habitação etc. A prefeitura de São Paulo, ao preparar o Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2009, cortou 2 bilhões e anunciou o congelamento de 25% das verbas da educação (Folha de São Paulo – 03/12/2008). O funcionalismo não vê suas condições de trabalho melhorar, o que nos sobra são salários que não acompanham a inflação e as inúmeras cobranças do governo que tem como principal aliado a mídia burguesa que nos ataca e legitima o discurso de que nós, trabalhadores da educação, reclamamos de “barriga cheia”.

O que fazer diante deste quadro?
Temos um Congresso da nossa categoria pela frente, um momento onde se reúnem mais de três mil trabalhadores eleitos na base e que são os porta-vozes das expectativas e necessidades dos que os elegeram, será um momento para um balanço de nossas últimas lutas e preparar nossas próximas ações.

Sobre a condução de nossas últimas Campanhas Salariais pela direção do SINPEEM
Se tomarmos como exemplo uma JBD (jornada básica docente) em que o piso é de R$1203,12, sabemos que neste valor já está incluído os 28,75% de gratificações criadas em 2006 e já incorporadas (20% em 2008 e 8,75% em 2009). Apesar destas gratificações incorporadas, o valor de nossos vencimentos não se alteraram desde 2007. Além disso, como pode ser visto na tabela abaixo, de 1999 a 2009, o governo só reajustou em 6% (2002) o piso da categoria. Disso resulta que se acumularam 41,36% de perdas salariais desde 1999. Com a reposição destas perdas salariais, o piso de R$1203,12 passaria para R$1684, 37. Mesmo assim ainda seria insuficiente. De acordo com o DIEESE, o piso salarial mínimo de julho de 2009 foi calculado em R$1994,82. Como se vê no boletim do SINPEEM de 14/04/09 (disponível no site http://www.simpeem.com.br/), o segundo ponto da pauta de reivindicações ao governo era “fixação do piso do Dieese como a menor remuneração para o professor na Jornada Básica do Docente (JBD) e para o quadro de apoio em J-40”. Então, porque durante as negociações com o governo na última campanha salarial, a diretoria de nosso sindicato somente enfatizou que deveriam ser incorporados 17,5% de gratificações que já recebemos desde 2006, se sabia que isto não alteraria nosso salário de fato? Porque não enfatizou a necessidade do piso do DIEESE, ou pelo menos a reposição das perdas baseadas no Índice de Custo de Vida de 1999 a 2009? Bom, isso precisa ser discutido e mudado para que na próxima campanha salarial em 2010 conquistemos reajustes reais em lugar de acumular mais e mais perdas salariais.

A própria Constituição Federal de 1988 em seu Artigo 37, Parágrafo X, garante o “direito à revisão geral anual da remuneração de servidores públicos”. Ocorre que em 2000 foi criada a Lei de Responsabilidade Fiscal que é lei complementar da Constituição. Esta Lei diz que a prioridade de gasto do governo é o pagamento de suas dívidas com bancos e empresas. Por isso, utilizam esta lei como argumento para não reajustar os salários dos servidores públicos. A isto temos que responder que se a prioridade do orçamento é com suas dívidas, então também tem que começar a pagar a dívida salarial acumulada nos últimos anos com nossa categoria.

O governo ataca os professores e sucateia a educação!
O governo do prefeito Gilberto Kassab (DEM) nos ataca publicando os nossos “altíssimos” salários que não vemos nas nossas contas; implementa o ensino fundamental de nove anos sem reestruturar as EMEFs; aplica avaliações que só servem para nos responsabilizar pelo sucateamento histórico da educação; fecha salas de aula; aumenta o número de CEIs conveniadas ao invés de abrir novas CEIs públicas e em número suficiente para todas as crianças que necessitam; não garante a isonomia salarial e funcional para aposentados, readaptados e pensionistas; dificulta o processo de atribuição de aulas nas unidades com leis que prejudicam a condição do professor (Lei 14660); terceiriza os serviços nas UEs; etc.

Organizar a nossa luta!
Diante de tantos ataques, só a nossa mobilização poderá defender nossos direitos e arrancar novas conquistas, devemos organizar a nossa luta e o Congresso é um momento importante para isso. No entanto, os anteriores priorizaram “palestras” e não a discussão entre os professores. Os delegados eleitos para este 20º Congresso do SINPEEM tem de ter espaço para o debate livre e democrático que ajude na elaboração de propostas e na tomada de decisões que sirvam para a nossa luta contra os ataques desse governo à educação pública. Os delegados eleitos tem o dever de colaborar na construção de um plano de lutas que mobilize a categoria pela conquista de nossas reivindicações.
O SINPEEM deve constantemente informar os professores sobre o que está ocorrendo e colocar toda a estrutura do sindicato para preparar manifestações que coloquem o governo na parede. Negociar com o governo sempre defendendo os interesses da categoria. O sindicato é um instrumento de luta da classe trabalhadora, que deve se manter independente dos governos e do Estado.
Tanto nos Congresso como nas reuniões de Representantes de Escola, Conselhos e Assembléias, é preciso superar o clima de divisão. Cada membro do sindicato deve ter o direito a expressar suas opiniões livremente e neste caso é necessário superar de todas as partes a velha e falsa polêmica “ser da oposição” ou “defender a situação”. O SINPEEM somos todos nós. Estes são os momentos para construirmos a unidade para a mobilização na luta por nossos direitos e melhores condições de trabalho. Neste sentido, também não nos ajudam as propostas do tipo “temos que romper com a CUT”. Elas criam uma polarização em nossa categoria que só nos enfraquece diante do combate que devemos travar contra o governo. A CUT segue sendo a central que reúne o maior número de filiados apesar de sua direção a qual podemos fazer inúmeras críticas.
Por fim, repetimos: O SINPEEM somos nós, devemos participar deste Congresso, buscando a unidade, o debate democrático e fraterno, para que seja uma atividade que realmente ajude a organizar nossa luta.

Propomos, como bandeiras de luta neste 20º Congresso do SINPEEM:
· Reposição das perdas salariais acumuladas;
· Aumento real de salário com base no piso estabelecido pelo DIEESE;
· Fim da política de gratificações;
· Fim das terceirizações;
· Garantia da opção de jornada do professor;
· Investimento na formação dos funcionários;
· Reestruturação dos aparelhos públicos educacionais;
· Redução do número de alunos por sala;
· Abertura de turnos e salas, manutenção da EJA;
· Construção de CEIs e EMEIs com administração direta suprindo a demanda;
· Fim das CEIs conveniadas;
· Garantia das reuniões pedagógicas nas CEIs;
· Fim do repasse de verbas públicas para empresas privadas e ONGs.
· Isonomia salarial e funcional para aposentados, readaptados e pensionistas;
· Melhoria das condições do Hospital do Servidor Público Municipal.

Sugestão de Livro

VIGOTSKI E O "APRENDER A APRENDER"

Crítica às apropriações neoliberais e pós-modernas da teoria vigotskiana.

de Newton Duarte


"Aprender a aprender" foi um lema defendido pelo movimento escolanovista e adquiriu novo vigor na retórica de várias concepções educacionais contemporâneas, especialmente no construtivismo. No mundo todo, livros, artigos e documentos oficiais apresentam o "aprender a aprender" como um emblema do que existiria de mais progressista e inovador, um símbolo da educação do século XXI. A psicologia de Vigotski vem sendo apontada por muitos educadores como um dos pilares de propostas educacionais centradas no "aprender a aprender". A obra do psicólogo L.S.Vigotski seria, de fato, compatível com o "aprender a aprender", com o construtivismo, com o escolanovismo? Neste livro, Newton Duarte responde negativamente a esta questão, defendendo a necessidade de uma leitura marxista da psicologia vigotskiana e a necessidade de um trabalho de incorporção dessa psicologia à construção de uma pedagogia crítica e historicizadora. Nesse sentido, o autor mostra existirem aproximações entre o construtivismo, o pós-modernismo e o neoliberalismo para então desfechar uma crítica contundente às interpretações que vêm sendo difundidas no meio educacional acerca da psicologia vigotskiana, as quais procuram incorporar tal psicologia ao universo ideológico neoliberal e pós-moderno. Evidenciando o caráter radicalmente marxista da psicologia vigotskiana, o autor apresenta ainda uma análise minuciosa da crítica feita por Vigotski à teoria do jovem Piaget no segundo capítulo do livro Pensamento e Linguagem.

Este livro pode ser encontrado em: http://www.livrariamarxista.com.br/livros/educacao/
Boa leitura!!!

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Reunião do mês de Agosto

Será dia 15 de agosto (sábado), a partir das 9h.

Local

R. Tabatinguera, 326 - sala 11
Metrô Sé - São Paulo - Próximo ao Poupa Tempo
Fone: 7429 3335 - Clarissa

Pauta proposta: Informes, Organização interna, Quadro e calendário sindical atual - Congresso do SINPEEM.

  • Formação - Cap. 1 "O lema aprender a aprender nos ideários educacionais contemporâneos" do livro "Vigotski e o aprender a aprender", Newton Duarte, Editora Autores Associados.

Nossa proposta

Política Sindical


A maioria dos professores e professoras no Brasil vive insatisfeita com o descaso dos vários governos com a educação pública e com os profissionais da educação. Ao mesmo tempo também estão insatisfeitos com suas direções sindicais que não se dispõem a conduzir um processo de conscientização, mobilização unificada e luta determinada.
Achamos que não dá mais para só ficar olhando ou reclamando passivamente enquanto isso acontece. Sabemos que estamos perdendo direitos, que os salários não condizem com o que necessitamos. Motivos não nos faltam para lutar.
Ocorre que a maioria das direções sindicais, inclusive as que se apresentam como “oposição”, não fazem um verdadeiro trabalho de base, não informam e não escutam os professores.
Com informação e organização podemos ter verdadeira participação nos espaços de discussão dos sindicatos, tomar conhecimento e opinar sobre as pautas de reivindicações, acompanhar de forma permanente as negociações de nossos representantes com os governos.
Precisamos pensar em propostas de como a categoria deve se preparar para agir nas campanhas salariais diante da perspectiva que se repete a cada ano de governos intransigentes que se recusam a repor nossas perdas salariais, sobretudo agora com a crise econômica.
Assim, o principal objetivo deste coletivo é construir esse trabalho de base para que estejamos preparados para defender nossos interesses. E quando começamos a nos impor ao invés de nos omitir, as direções sindicais e os governos percebem que precisam rever sua política ou, sair da frente. Os primeiros passos são os mais difíceis, mas logo estaremos correndo.

Formação

Outra preocupação do coletivo é a da formação teórica e política que nos auxilie na discussão e compreensão sobre qual educação pública queremos e como lutar por ela. Em nossos encontros mensais sempre discutimos textos de leitura.